Penso que vingança e justiça são conceitos antagônicos. A Vingança seria o sombrio, o bárbaro e irracional baseado nos sentimentos e desejos ilimitados do ser. E a Justiça em contra-parte seria o claro, o civilizado e racional fundamentado na razão.
Estamos em constante processo evolutivo racional, no qual barbárie e civilidade não se fundem, se repelem. Lembrando que no passado, as penas continham requintes de crueldade, e incidiam sobre os descendentes e familiares do condenado, ou seja, a vingança era ilimitada. Somente com a civilidade percebemos a incompatibilidade de penas deste tipo com a justiça. Ainda hoje a Vingança é desejada e aclamada por muitos que se sentem, ou gostariam de estar legitimados a agir como verdadeiros seres bestiais, em busca de uma justiça feita de acordo com o que acham ser justo, ou seja, querem criar uma “justiça tirânica”. Tal “justiça” seria tão injusta quanto o crime cometido pois este não tem regras e nem limites assim como a Vingança.
Pensar a Justiça é o que nos tem transformado em seres capazes de serem humanos.
-Foto acima do Curinga no filme The Dark Knight e sua memorável frase:
"- Não fale como se você fosse um deles. Você não é! E mesmo que você fosse. Para eles você não passa de um maluco, como eu! Eles precisam de você agora, mas quando eles não precisarem, eles te jogarão fora como fazem com um leproso! Veja bem, a moral, os códigos deles, isto sim é uma piada de mal gosto. Descartam no primeiro sinal de problemas. Eles só são bons enquanto o mundo permitir que eles sejam. Eu vou te provar. Quando se vêem em extremas dificuldades, estas... estas... pessoas civilizadas, comerão umas às outras. Viu? Eu não sou um monstro. Eu só estou à frente da curva."
O "Duas Caras" é um personagem interessante para este post.
ResponderExcluirCaro Moisés, percebo agora que não fui claro em meu post. Escolhi o Curinga por seu papel claramente contrário às minhas ideias, sendo a clássica visão de mundo do vilão. Para eles não há solução, os homens por natureza não teriam princípios, estando eternamente condenados a errar ou a agirem como animais. O Duas Caras é interessante, mas não é tão marcante quanto o Curinga, até porque acredito que o homem moderno e civilizado cada vez mais deveria caminhar pela racionalidade da justiça e não pela espontaneidade da vingança.
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