Criando uma linha cronológica da evolução da sociedade, é possível perceber períodos onde a justiça e a vingança tinham o mesmo significado. Sendo a justiça, em separado, uma concepção mais recente, que foi se desenvolvendo juntamente com a concepção de Democracia, sendo necessária para a sobrevivência desta, enquanto a Monarquia e a Aristocracia viveram bem sem ela.
Ao longo dos anos, diversas teorias surgiram para separar a vingança da justiça, mas alguns ainda tratam ambas como semelhantes, as vezes até como iguais. Tratando sobre o assunto, o pensador Giampaolo Rugarli diz que: “A lei é sombra, pudica e hipócrita, do desejo de vingança da sociedade”, e nos remete à idéia de que os tribunais são simplesmente os lugares onde a vingança é aplicada de forma decente, não para encaminhá-la ao alvo correto, mas para impedir que ocorram movimentos perigosos. Seguindo uma linha semelhante de raciocínio, está o filósofo Epicuro, que remete à
Analisando as idéias apresentadas pelos autores e filósofos citados, é que se cria uma dúvida por vezes corriqueira na mente de muitos, “não teriam a justiça e a vingança o mesmo significado?”, para ilustrar tal dúvida faz-se mister parafrasear uma obra de Dante Alighieri, A Divina Comédia: “Trazes turbado o espírito, não conseguindo entender como é possível que uma vingança justa tenha sido mais tarde justamente punida”.
A noção de justiça é uma noção ética fundamental, tendo em vista que a mesma tem por finalidade a preservação da vida. Tendo esta característica como sua principal, pode se dizer que a justiça se diferencia da vingança pois a primeira, em contrapartida desta ultima, visa o Bem, mesmo quando esta se manifesta em forma de punição.
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