domingo, 16 de maio de 2010

Os programas jornalístico-policiais de televisão buscam efetivamente a realização da justiça ou simplesmente a vingança?

A televisão, nos dias atuais, juntamente com a internet, é um dos veículos que tem maior alcance e veiculação de informações em meio à sociedade e que também mais influenciam a opinião pública em relação a vários temas.

Hoje em dia não existe pessoa que desconheça ou que nunca tenha ouvido falar nos “famosos” programas jornalístico-policiais de televisão que retratam o dia a dia das forças de investigação de nosso país.

São telejornais com muitas entradas ao vivo durante sua exibição, principalmente de repórteres e de entrevistas, fazendo cobertura, em tempo real, de tragédias e desastres, que são o foco principal deste tipo de atração. É um formato de programação que tem sucesso em nosso país.

Muitos já foram criados até hoje e, além disso, transmitidos por várias emissoras diferentes de televisão aberta, como exemplo temos o Cidade Alerta, exibido pela Record, o Repórter Cidadão da RedeTV!, também temos o Brasil Urgente e o Minas Urgente ambos exibidos pela Bandeirantes, entre outros.

O que passa a ser interessante, nesse caso, é o fato de eles não buscarem esclarecer ou instruir a população sobre os procedimentos legais a serem respeitados com relação ao criminoso. Não, eles nem pensam nisso.

O foco não é a conscientização do corpo social, mas o que eles realmente querem é aumentar a sua audiência, através de apresentadores que usam uma carga emocional muito elevada em suas falas, levando o telespectador à revolta com relação ao caso que está sendo mostrado.

Aqui seguem alguns exemplos de frases enviadas por telespectadores que ficam influenciados por esse tipo de programa: “Datena, estes crápulas merecem morrer”, ou “o Brasil não pode ter pessoas assim, morte para eles”, e por aí vai. Isso incentiva o conjunto social a fazer justiça com as próprias mãos.

A minha opinião é a de que esse tipo de programa não ajuda e nem acrescenta em nada na formação de uma sociedade (sociedade que busca a justiça). Está lá apenas para conquistar a simpatia e a audiência da população, principalmente a mais carente, que sofre muita influência (negativa) com as colocações feitas por seus produtores.


TEXTO PRODUZIDO POR GUSTAVO REZENDE

(IMPOSSIBILITADO DE POSTAR EM SEU NOME POR PROBLEMAS TÉCNICOS)

Um comentário:

  1. Além da mída televisiva, nao devem ser esquecidos os jornais impressos que se tornaram sucessos de venda em noss Estado: "Super e Aqui". Se o alvo é fazer com que cresçam os leitores no Estado (e até mesmo no país), nada melhor que criar um jornal que alcance vários públicos ue tenha baixo custo. Mas o que se pode perceber ao abrir este tipo de jornal é que eles nao constam as informações que deveriam se levadas realmente aos leitores. O principal atrativo são as notícias policiais, que muitas vezes são exageradas e que incitam além da curiosidade da população o "senso de justiça", pois ao ler flagrantes notícias de abusos sexuais contra menores, sobre violência contra mulheres ou sobre crimes por motivos fúteis, o que mais pode se sentir além do senso de justiça e desejo de vingança? Mas e aí? Será que a população sabe o que realmente é a justiça? Será que não estão confundindo a justiça com a vingança, conforme mencionou em um dos posts o colega da turma? O que estes jornais querem é ser o "primeirro lugar de vendasn no Estado", querem seduzir a população... e estão conseguindo, assim como a mídia televisiva! É necessário educar os cidadãos que devemos confiar a justiça ao Estado, que a justiça pessoal opõe-se ao ordenamento jurídico, fazendo com que este "descambe num Estado baseado na ausência do direito" (Hoffe, p. 35). As revoltas pessoais são extremamente importantes, mas e aí, o que fazemos para mudar isto? Assistimos aos jornais sensacionalistas, que adquirem audiência baseando-se nos sofrimentos dos outros? O conceito de justiça paraos leitores e telespectadores deste tipo de jornais e telejornais advém da morte, pois o cumprimento da legislação imposta por nosso ordenamento já perdeu o seu carater coercitivo. E influenciados por estas mídias as pessoas a cada dia que passa desacreditam que o estado é capaz de reduzir tamanha violência e impunidades!


    Danielle Cristina da Fonseca

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